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Rosas de Ouro, 50 anos de nobreza no samba

  • Foto do escritor: Ney Junior
    Ney Junior
  • 18 de out. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 4 de jun.

Da Brasilândia à Freguesia, a comunidade azul e rosa celebra cinco décadas na folia

Bandeira da agremiação (Imagem: Rodrigo Vilela)
Bandeira oficial da Sociedade Rosas de Ouro (Imagem: Rodrigo Vilela)




















Em 18 de outubro de 1971, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo, um grupo de quatro amigos - Luciano Tomás, Cajé, Zelão e Eduardo Basílio (presidente até falecer, em 2003) - fundaram a Sociedade Rosas de Ouro. Nas cores rosa, azul e branco, surgiu ali uma agremiação com o potencial de marcar a história do Carnaval Paulistano, que se transformava a partir daquela década.



Dos primeiros anos aos primeiros títulos


Em 1975, seu terceiro ano de competição, conquistou o vice-campeonato, com o enredo Canta e conta os quatro cantos do Brasil. Em 1983, o primeiro título, com uma de suas marcas registradas, a partir dali: a poesia e o lirismo ao cantar São Paulo. Nostalgia, enredo de Augusto de Oliveira e samba de Zeca da Casa Verde - seu último para a a Roseira. Com fantasias e alegorias luxuosas, surpreendeu o público, à crítica e às agremiações tradicionais.


Em 1984, é bicampeã ao homenagear a Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Mantém o lirismo paulistano com Uma Boa Ideia (1985) e São Paulo, Seu Povo, Sua Gente (1987). Brinca ao imaginar como seria São Paulo Cem anos depois (1986) e aclama Paulo Machado de Carvalho, homem da comunicação, em 1988. Não vieram novos títulos nestes anos, mas marcaram a memória dos carnavais da Avenida Tiradentes.


Hegemonia compartilhada no início dos anos 90


Capa do disco oficial dos sambas-enredo de 1991. Acervo Autoral Conteúdo
Capa do disco oficial dos sambas-enredo de 1991. Acervo Autoral Conteúdo


































Com muito luxo emoldurando o bom-humor, em 1990, ao cantar o sábado do paulistano e volta a vencer, em 1990 após cinco anos. Divide o título com o Camisa Verde e Branco, no último desfile da antiga avenida.


Em 1991, na inauguração do Anhembi, o Rosas homenageia a força da mulher e suas conquistas sociais, e empata novamente com o Camisa como campeã do carnaval.


Um samba inesquecível e um desfile arrebatador asseguram o tricampeonato, no carnaval de 1992. Non Dvcor Dvco canta São Paulo do fim do século XIX em paralelo com o progresso através dos tempos.


Vence novamente em 1994, em meio à confusão com a homenageada Ângela Maria e reclamações das demais agremiações com o resultado do julgamento. Seis títulos em pouco mais de duas décadas de existência e a consolidação definitiva na história da folia paulistana.


Os anos de jejum


O que não se imaginava era o tamanho do jejum na sequência. Dois vice-campeonatos, em 1995 e 1996, foram os melhores resultados no final daquela década. Enredos como a variedade gastronômica de Sampa (1997) e os Demônios da Garoa (1998), não obtiveram o mesmo sucesso.


O vice-campeonato ao cantar Caio de Alcântara Machado (2001) e o terceiro lugar de 2002, foram mostras de sua tradição, bem como a homenagem aos monumentos da cidade, nos 450 anos, em 2004. A magia das rosas e o canto forte contra o racismo, em 2005 e 2006, sugeriam a volta da escola a disputar novamente os carnavais.



De 2008 a 2016: Rosas competitiva, campeã, mas diferente

Após o carnaval 2007, a presidente Angelina Basílio, filha e herdeira de Eduardo Basílio, contrata o carnavalesco Jorge Freitas e o diretor de bateria Jorge Tornado. A comunidade azul e rosa voltou aos carnavais competitivos, com temáticas mais românticas e refinadas. Em Rosaessência (2008) e Bem-vindo à Fábrica dos Sonhos (2009), saiu de ambos os desfiles como postulante ao título, apesar do quinto e terceiro lugares, respectivamente.


Na boca do povo, como o chocolate e apoio da Cacau Show, finalmente, o título. Ao contar a história do fruto até a sua popularização mundial, coloriu o samba de São Paulo de azul e rosa após 15 anos sem vencer. Nos anos seguintes, não repetiu o sucesso: 7° lugar em 2011; três vice-campeonatos consecutivos, para a Mocidade Alegre, com quem disputou a hegemonia desde 2009; um terceiro lugar, em 2015; e um 11º lugar, em 2016, após diversos problemas no barracão, que provocaram mudanças para o ano seguinte.


A reestruturação e a volta da identidade


Para 2017, a escola investiu em sua identidade, com o retorno do intérprete Royce do Cavaco (campeão cinco vezes como intérprete e compositor de cinco sambas-enredo), inseriu jovens na Diretoria de Carnaval e a consolidou a Bateria com Identidade, sob o comando do Mestre Rafa Oliveira, cria da escola.


Com isso, obteve resultados condizentes com sua história: o emocionante quinto lugar de 2017, sobre o papel sagrado do alimento, e o terceiro lugar em 2019, com o enredo sobre o povo armênio. Renovada e pronta para entoar um canto de cura física e espiritual à Humanidade, a agremiação da Freguesia do Ó completa seus 50 anos, com sete títulos em sua marcante história.


Parabéns, Roseira, pelo Jubileu de Ouro! Como diz o seu Hino Oficial, do imortal Zeca da Casa Verde: se você não conhece, venha conhecer...

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