top of page
producao-de-conteudo2_edited.jpg

O café deu samba

  • Foto do escritor: Ney Junior
    Ney Junior
  • 1 de out. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 4 de jun.


    Abre-alas do desfile de 1990 do Camisa Verde e Branco, primeira campeã a cantar a história do café.
Abre-alas do desfile de 1990 do Camisa Verde e Branco, primeira campeã a cantar a história do café. Reprodução

O café, segunda bebida de maior consumo entre os brasileiros, faz parte do nosso dia a dia e já foi enredo nos carnavais brasileiros. A história do grão e de sua cultura no Brasil já desfilou em várias agremiações, inclusive carnavais marcantes, no Rio de Janeiro e São Paulo, com direito a títulos e desfiles inesquecíveis para os amantes do café e das escolas de samba.


Dos Barões aos tempos de Sarney...


Em 1990, o Camisa Verde e Branco, tradicional escola de samba paulistana, multicampeã nos anos 70, cantou Dos Barões do Café a Sarney, Onde Foi Que Eu Errei?. O carnavalesco Augusto César Alves trouxe, em fantasias e alegorias, desde a descoberta do grão, na Abissínia (atual Etiópia), a chegada ao Brasil, o ciclo cafeeiro, o desenvolvimento econômico até a crise, a partir de 1930, que estendeu-se nas décadas seguintes.


O samba de Grego - autor de sambas na Gaviões da Fiel (de 1991 até 1995, 1997, 2003, 2005 e 2006), Pérola Negra (de 1992 até 1995) e Unidos da Tijuca (1994) - e Luis Carlos Xuxu - co-autor, com Branca di Neve, do samba de exaltação Salgueiro tem uma raiz - embalou o desfile de muita qualidade e que conquistou, junto com a Rosas de Ouro, o campeonato daquele carnaval de São Paulo.

Quem é você? O negro que virou ouro...

Nas comemorações dos 500 anos do Brasil, a X-9 Paulistana, campeã em 1997, trouxe Quem é você, café?, do carnavalesco Augusto de Oliveira. O samba de Fred Vianna, Edson Dino, Armênio Poesia, Diego Poesia, Pixuca, Wander, Marcos Peloso, Fernando Leal, Pixuca e Ló do Cavaco, na voz do gênio Royce do Cavaco, guiou a verde, vermelho e branco da Parada Inglesa para o título do carnaval de 2000, dividido com a Vai-Vai.

Na folia carioca, O Negro Que Virou Ouro nas Terras do Salgueiro foi o tema da vermelho e branco da Tijuca para 1992. O enredo, pesquisado e elaborado por Flávio e Roseane Tavares, e conduzido por Mário Borrielo, traz, assim com o do Camisa Verde e Branco (por coincidência, também de 1953), desde as origens abissínias do grão à vinda ao Brasil. Mas, também ressalta o café na cultura popular brasileira.


O samba, de Bala, Efealves, Preto Velho, Sobral e Tiãozinho do Salgueiro, cantado por Quinho, Celino Dias e Emerson Dias, no ritmo da Furiosa de Mestre Louro, conduziu o Salgueiro a um quarto lugar, que deixava maiores as expectativas para a catarse do ano seguinte.


Adorê às almas!


Em 2022, a Acadêmicos do Tatuapé trouxe uma nova visão sobre o café: contada por um Preto Velho. No enredo da azul e branco, o carnavalesco Wagner Santos mostrou, através da entidade, a trajetória dos escravizados no cultivo cafeeiro no Interior Paulista, aproveitando o patrocínio da cidade de Atibaia.


O samba, de autores do quilate de Dominguinhos do Estácio e Turko, literalmente, fez a escola incorporar a espiritualidade iorubá e a classificou em quarto lugar, com a mesma pontuação da campeã Mancha Verde. O café deu samba e dará cada vez mais.

Comments


© 2018 por Autoral Conteúdo Editora.

bottom of page