Os seis meses redentores de Maurício em 1989
- Ney Junior
- 21 de jun. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de abr.
Há trinta anos, abria-se o caminho das vitórias para o histórico atacante alvinegro

O ano de 1989 é especial para o Botafogo de Futebol e Regatas, bem como na carreira de um de seus maiores ídolos: o ex-atacante Maurício de Oliveira Anastácio, autor do gol do fim do jejum de 21 anos do alvinegro carioca, abriu um ciclo virtuoso pessoal nos primeiros seis meses daquela temporada.
Iniciou no Bonsucesso, em 1980, e passou pelo catarinense Rio do Sul (1981-1982), Internacional (1983-1984) e América (1984-1986), até chegar ao clube do seu coração, que se tornou para sempre uma espécie de sobrenome artístico. Na primeira passagem pelo Glorioso, participou de 103 jogos e marcou 15 gols, até o Campeonato Carioca de 1988.
Emprestado ao Internacional para o Campeonato Brasileiro de 1988, sua primeira consagração na carreira aconteceu no Gre-Nal do Século, na fase semifinal, no domingo posterior ao carnaval de 1989 (o certame nacional de 1988 estendeu-se até fevereiro do ano seguinte). No Beira-Rio, após o primeiro tempo em desvantagem de 1x0, e com um jogador a menos, o Inter virou o jogo, com participação direta de Maurício no segundo gol. Após uma cobrança rápida de lateral no ataque, ele superou dois marcadores e cruzou na área para o gol de Nilson. Virada épica, que levou à final contra o Bahia, que impediu o sonhado tetra brasileiro aos colorados.
A volta por cima em General Severiano
A consagração estava próxima e Maurício voltou ao Botafogo para ser fundamental na luta para sair da fila. Sob o comando de Valdir Espinosa, o time mostrava em campo que este era o ano de ser, enfim, campeão carioca. Com uma campanha invicta, aquela noite de 21 de junho de 1989 consolidaria o brilho do ousado atacante com a camiseta da Estrela Solitária. O adversário era o Flamengo, vencedor do primeiro turno e com boa parte do elenco do campeão brasileiro em 1987. Após o empate sem gols no primeiro jogo da decisão, bastava uma vitória botafoguense para soltar o grito a tanto tempo guardado.
Aos 12 minutos do segundo tempo, Mazolinha cruzou da esquerda e, mesmo com febre, lá estava Maurício para completar a jogada e fazer o gol predestinado. Prevaleceu a mística da camisa 7, dos gênios históricos do Glorioso. Depois de Garrincha e Jairzinho, Mauricio tornou-se imortal para os botafoguenses.
A vitória da perseverança
O iluminado semestre abriu o caminho para as conquistas por onde Maurício passou. A partir disso, venceu uma Copa do Brasil (em 1992, pelo Internacional), dois campeonatos gaúchos (pelo Grêmio, em 1990, e pelo Internacional, em 1992), além do Campeonato Sul-Coreano (pelo Ulsan Hyundai, em 1995) e uma convocação para a Seleção Brasileira, em 1991.
Com seus dribles, sua velocidade, seus gols e carisma, o camisa sete marcou o seu nome na história e no imaginário do futebol carioca e brasileiro. Mais do que voltas olímpicas, troféus e medalhas, fica a lição de perseverança e escolhas acertadas para o sucesso nos campos, bem como o reconhecimento dos que vestem o manto alvinegro carioca.
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